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Mudei de ideia. Antes eu queria explodir o Minhocão. Agora quero que seja um parque. Desde que feitas as devidas avaliações de impacto no trânsito, transformar o Minhocão num parque, trocando o cinza pelo verde, seria um extraordinário símbolo de uma cidade contra a degradação. Seria a troca da individualidade poluidora do carro pela convivência amena dos pedestres.
Pesquisa Datafolha mostra que apenas uma minoria ( 23%) dos paulistanos querem fazer no elevado um parque. O parque criaria num primeiro momento aborrecimentos, irritações e até desgaste ao poder público.
Governos responsáveis têm a obrigação de assumir posições corajosas. Muitos falaram contra as bicicletas e, hoje, são acolhidas como uma solução do futuro. Muitos também se incomodaram e se incomodam com os corredores de ônibus. Mas, aos poucos, vão aceitando a ideia de que o espaço deve ser reservado cada vez ao transporte público e aos ciclistas. Mas, com o tempo, seria orgulho de toda uma cidade.
Várias cidades do mundo tiveram a ousadia de transformar áreas feias, poluídas, barulhentas, criando aconchegantes pontos de encontro. E viraram cartões postais. É o que, em nossa visão, aconteceria se a desativação do Minhocão, prevista no Plano Diretor, sair do papel. Nossa cidade precisa pensar grande.
Se o Minhocão foi uma grande tragédia, criando uma cicatriz que não para de sangrar. O parque será uma grande solução.